Defensoria Pública realiza roda de conversa sobre Autismo e servidora compartilha sua experiência com o TEA

Autor: Bruno Firmino

02/04/2024


Defensoria Pública realiza roda de conversa sobre Autismo e servidora compartilha sua experiência com o TEA. Foto: Bruno Firmino.

Para transmitir conhecimentos e compartilhar experiências, a  Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE/AC) realizou neste Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, por meio da Escola Superior da Defensoria (Esdpac), a roda de conversa “autismo e a vida profissional”. A servidora Laura de Holanda Sousa articulou a atividade.

"A minha autoestima também melhorou muito depois do trabalho, porque antes eu não achava que eu era capaz, agora eu tô vendo que eu sou capaz de fazer tanto quanto as outras pessoa". Foto: Bruno Firmino.

Em fevereiro deste ano, a jovem participou da oficina de atualização em políticas de atendimento para servidores, em que foram abordados o direito da antidiscriminação e os direitos das minorias, com foco em pessoas com deficiência, a população LGBTQIA+ e negra e povos indígenas, porém sentiu falta de algo.

“Eu notei que, apesar de ter sido maravilhosa, faltaram ser abordadas algumas coisas sobre o autismo na palestra. Então eu passei pra minha chefe, a doutora Thais e ela concordou em fazer uma roda de conversa sobre isso. Até porque eu sou autista, eu queria pontuar algumas coisas”, afirmou.

Segundo a psicóloga, e uma das facilitadoras da roda de conversa, Nazira Jéssica, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza, principalmente, pela dificuldade que o indivíduo tem na comunicação, na interação social e no comportamento. 
 
Hoje, o diagnóstico de autismo é traçado conforme o nível de gravidade - ou de necessidade de suporte - que cada indivíduo demanda. São eles: Nível 1: necessidade de pouco apoio; Nível 2: necessidade moderada de apoio e Nível 3: muita necessidade de apoio substancial. A servidora precisa de pouco apoio e tem sido estimulada desde a infância pela mãe, Raimunda de Holanda, que é fonoaudióloga.

Raimunda participou, ao lado de sua filha, da roda de conversa, onde falou do estímulo precoce, ou como ela prefere chamar, estimulação essencial. “É essencial porque todas as crianças precisam desse estímulo e quanto mais cedo se inicia mais a criança consegue mudar de nível de suporte”, afirmou.

A servidora Laura de Holanda enfatizou que o estímulo não deve parar, pois é uma ferramenta para o desenvolvimento. “O trabalho me estimula, a minha rotina está melhor agora depois que comecei a trabalhar. A minha autoestima também melhorou muito depois do trabalho, porque antes eu não achava que eu era capaz, agora eu tô vendo que eu sou capaz de fazer tanto quanto as outras pessoas neurotípicas”.

Para a coordenadora Cível da DPE/AC, defensora pública Thais Araújo, ouvir a assistente jurídica, além de ser gratificante para ela como chefe, é importante para a instituição. “Eu vejo que a Laura, que está dentro do espectro autista, ter tido essa essa iniciativa de trazer a realidade da vida dela e compartilhar conosco o que ela vive na pele é muito importante, porque a partir do momento em que os nossos colaboradores, os nossos assistentes ouvem e procuram entender mais o mundo nós melhoramos a forma que lidamos com os nossos assistidos, porque hoje nós somos muito procurados por mães buscando tratamento para essas crianças ou adolescentes. Então conhecer essa realidade e compreender vai nos ajudar a lidar com essas situações”.
 

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